sábado, novembro 27

Linha Terminais-BR: Reality Stand Up!


O ônibus é meu principal meio de locomoção. Para variar pega a "pior" linha que existe, no "pior" terminal e com as "piores" pessoas. É o que dizem da linha terminal - BR. Mas não é tão bem assim.

Para ir ao trabalho é indispensável pegar esta linha, haja vista ser a única que me ajuda a não ter que andar muito(andar de manhã com sono não é legal) e a pagar apenas uma passagem.

Para entrar no ônibus, é um empurra, empurra, todo mundo querendo entrar de uma vez só, para ir sentado, porque mais a frente terá que passar no mínimo 25 minutos num engarrafamento, dentro de um ônibus lotado e VELHO.

Geralmente eu pago duas passagens e entro pela frente, só para evitar o estresse. No retorno ao meu canto, chamado casa procuro sempre uma carona para evitar pegar busão, mas às vezes não consigo.Ontem foi um destes dias. Minha best carona adoeceu e não foi trabalhar, aí só me restou ter que pegar "o BR".Eu já conformada fui enfrentar "a parada". Quando cheguei no Terminal de Integração tinha um ônibus no parada, mas resolvi esperar o outro considerando que tinha poucas pessoas esperando. Para arrependimento meu! Quando o outro veio, o ponto já estava lotado e eu atrasada para o ensaio (Ah! eu toco. AMO um som grave! ;)) tive que lutar com todas as forças para entrar nesse.

Nem tive tempo para me preparar para a surpresa: Eu nunca ri tanto dentro de um ônibus quanto ontem. O ônibus estava cheio de peão e todo mundo sabe que peão é um ser humano tão "extra" que chega a ser engraçado.

Foi uma piada só. Primeiro porque o ônibus era tão velho que mais parecia um motor ao léu em movimento, uma barulheira ambulante.Todo mundo reclamava, mas todos sabiam que a escolha foi de cada um: pegar aquele ou esperar mais uma hora por outro pior.

No caminho uma pessoa faz sinal para descer, como o ônibus estava lotado, um passageiro teve que sair para o outro descer. Assim que o passageiro desceu o motorista arrancou deixando para traz o solidário passageiro que saiu do busão para o outro descer.Aí foi aquela confusão, todos os peões xingando de corno,chifrudo, gay, preguiçoso, incompetente o motorista e o cobrador. Mas o clima era tão de alegria que o calor, a agonia, e a tristeza de pegar um ônibus pior que ônibus de bóia-fria eram ignorados, parecia que todos estavam comemorando o ano novo, hehe.

Caraca, como assim?! Como as pessoas conseguem rir com uma alegria contagiante numa situação extremamente desconfortável e repugnante?!

Não sei. Pensava eu, ouvindo Brooke Fraser no meu mp3, já toda suada, agoniada com tanta gente com "cheiros" tão odoríferos que misturados parecia uma loja ambulante de indesejavéis odores. Mas ainda assim eu conseguia rir de tão engraçada e natural que a situação parecia para todos.

Ai fiquei pensando que não adiantava reclamar, eles já tinham cansado de reivindicar por mais e melhores ônibus, mas nada adiantava. O jeito era mesmo encarar a situação e "se virar nos 30", sem esquecer da descontração.

Depois percebi que não era questão de escolha, mas sim de falta de opção, ninguém escolhe ser peão ou ter que andar um ônibus velho e fedido, apenas é [pelo menos por enquanto]aquilo que a sua condição lhe permite, mas tentando sempre "melhorar".Mas isso é o de menos para eles, porque eles "se sentem" sendo eles mesmos, fazer o quê?! Não dá para fugir do que se é! Eles sabem isso mais do que ninguém!

Então só resta rir mesmo dos absurdos que até Deus duvida, que só acontecem na linha BR e se torna orgulho presenciar.

"K"


sábado, novembro 13

Adultice

Sacudindo a poeira deste cantinho

De volta às publicações semanais querendo dá uma nova cara a janela deste mundo.

A vida é engraçada. Embora a gente saiba das fases da vida tem gente [como eu] que ainda resiste às elas.

Li um post do blog da Cíntia [www.cintiamcr.com.br] que falava sobre Ser adulta, até achei interessante, mas não me importei muito. Porém os últimos apuros na vida da Diva aqui, me lembraram do texto e me fizeram pensar como se tornar adulto é se tornar chato.

Minha melhor amiga diz que mesmo eu resistindo à vida adulta, eu faço e vivo coisa de adultos, tipo pagar contas, ter responsabilidades, morar só, fazer compras, não ter hora para chegar em casa, etc.Tudo bem eu faço isso tudo, mas não me sentia adulta por isso até uma semana atrás, quando descobrir que minha viagem de férias à Floripa vai ter que se adiada porque agora vou ter literalmente uma casa pra cuidar. Não! Não estou grávida e nem vou me casar.

Tantas coisas estão acontecendo. Amigas casando e indo embora da cidade; todo mundo trabalhando muito[graças à Deus!] e sem tempo para bater aqueles papos de faculdade assistindo o pôr-do-sol; gente parindo, gente engravidando; parentes pressionado "e aí casa quando? só está faltando você" e, para completar a notícia bombástica que meu único irmão vai casar. Como assim?Pera, cadê aquele menino que me obrigava a jogar futebol com ele?

Com o casamento dele, vou ter que realmente encarar a vida adulta. Vou ter que me virar sozinha para cuidar da casa e literalmente "educar" minhas duas irmãs mais novas.Agora nem posso mais viajar tranquila, solta e livre pelo mundo. Estou me sentindo como a Mulher traída e abandonada pelo marido e com filhos[vida difícil,hein?!].

Enquanto isso o único apurado da vez simplesmente sumiu da minha vida e nem deu notícias. O Grupo de amigas BFF's já não consegue mais se reunir para jogar papo fora regado à um bom vinho de cada dia porque as coisas adultas se sobrepõem.

Tudo isso só me fez pensar que a vida adulta é chata demais. Ser adulto nem sempre é sinônimo de crescimento, mas de ser chato, é com certeza. É se importar em ganhar dinheiro, em ser o primeiro na empresa, se preocupar com o imediatismo e se esquecer de viver plena e livremente a vida. A coisa que mais me dá raiva é a realidade de passar 8 horas do meu dia presa na empresa. Pow, alguém avisa aos donos do meio de produção que EU tenho uma Vida e preciso vivê-la!!!

Submetemos-nos a isso por quê? Porque a vida adulta nos impõe que devemos trabalhar para arcar com as novas responsabilidades que esta mesmo traz. Não me perguntaram se eu queria ser adulta. Dava para me deixarem na minha vidinha onde eu trabalhava quando eu queria e precisava?!

Só sei que estou odiando essa adultice. Ela é tão sem graça, não é colorida, não é descolada e cheia de "obrigações".

O jeito é nã ligar para ela e fazer tudo com o coração, mesmo fazendo coisa de adulta não deixarei que morra em mim o desejo de viver a vida Livremente sem as amarras da vida adulta.

#PRONTOFALEI.