Paixão Platônica

Em tempo de férias, e desempregada, e quando o tempo se estende demais e a "sessão da tarde" não tem mais a graça de antes, resta percorrer todos os canais a procura de algum programa que pelo menos faça o tempo passar.Foi assim que parei no canal 2[parabólica-menos mal] onde 4 pessoas [uma atriz,uma psicóloga, um sujeito Homosexual e a apressentadora] discutiam a cerca da tal paixão-amor platônico.

Na hora em que minha atenção parou no canal estava o rapaz, o "homem" falando de sua experiência quando ele se apaixonou por um garoto quando ambos tinham 15 anos.Ele se declarou,mas seu objeto amado o rechaçou,lhe ignorou.Foi quando ele disse que entendia, porque não era fácil para um garoto de 15 anos decidir e assumir um namoro com outro GarotO.
Ou seja, apartir daquele momento ele começou a viver um "amor" platônico pelo garoto que lhe deu um Não.

A discussão foi interessante.Destaco alguns pontos.
-Não existe amor platônico, Há paixão platônica, porque é inconcebível que algum ser normal fique a vida toda num mundinho sonhando com um objeto que ele sabe que nunca se concretizará.

-Segundo chamar um homossexual pra contar suas "experiências" é não querer entender nada. Porque a sociedade ainda é preconceituosa, e os gays ainda são encubados, alguns ainda não se assumiram, desta forma alguma de suas paixões não saem do plano do platonismo.

-Quem nunca teve uma paixãozinha platônica seja pelo professor, pela vizinho, pelo amigo do irmão, do amigo que passa ferias na sua cidade...que clique no botão "power' ou atire o primeiro vírus, ou a primeira pedra.

Eu tive minha paixão platônica..Aaaaahhh[suspiro MODE ON]

Foi assim que cheguei na cidade que escolhi para viver. Estudava no cursinho preparatório quando conheci o a-Puro que vou chamar aqui de "RR". Ele era tudo de bom.Estudioso.Com um sorriso lindo que me encantava.Com umas pernas que me faziam delirar.Minha paixão, apenas paixão.

Poxa eu sonhava com ele.Adorava ir para o cursinho por causa dele.Só tinha um problema, ou dois. Meu mano estudava comigo e tinha ciúmes e "RR" era muito tímido.
Uma vez na aula de matemática consegui sentar ao lado dele.Quando cheguei perto ele me presentou com um sorriso lindo e disse:Oi,Tudo bem!Como Estás?![tá isso é educação,mas para um coração platônico, isso equivalia a um quase-beijo!]
Eu me derreti toda,mas logo chegou o prof de matemática pra me tirar do meu conto de fadas.
Eu suspirava por este guri.Nos íamos lanchar em lugares diferentes, mas eu sempre dava um jeito de ir onde ele estava somente pra vê-lo.

Num dia decidi falar pra valer com ele. Ia ter revisão na véspera de prova, ia ser a minha última e única chance.Então cheguei cedo no auditório e reservei um lugar ao meu lado, porque eu sabia que ele ia chegar atrasado e só sobraria um lugar,que seria perto de mim[criando situações!] E deu certo.
Escrevi meu nome num papel e meu telefone e no intervalo coloquei no livro dele.
Após fui para a sacada do auditório.Lá estava ele olhando para baixo sozinho. Pensei: esta é minha única chance. Eu morria medo de altura,mas venci o medo e cheguei perto dele, como quem não queria nada. E comecei a falar da paisagem, ele apenas sorriu e fez algum comentário que não escutei.
Eu estava indo comer alguma coisa e perguntei se ele não queria.Ele simplesmente disse que não.[é apurado mesmo!]Ai eu disse que não tava com muita fome e fiquei ali com cara de paisagem vendo a paisagem com ele...num silêncio abismal-frustrante-agoniante.Eu fiquei injuriada, pois o garoto nem queria conversa, só ficava olhando o vaivém da praça...AFF.

Tá, mas ainda restava esperança.Ele poderia ligar.Enquanto isso eu tecia planos e sonhos para nós dois.Esperei um mês, nada.Dois, nada...ai eu disse: quer saber, que se dane,mas vc vai ser sempre meu "amor de sorriso encantador e de pernas delirantes'.Nunca mais tive notícias do sujeito.

Reencontei-o na Net,meio sem querer e hoje somos amigos como ele gosta de dizer.Mas o interessante de tudo é que ele lembrou de mim,assim que viu minha foto e disse que queria ter mantido contato e que infelizmente nunca achou o tal número do telefone que deixei no livro dele[acho que isso é mentira!] e que ele não conseguiu dizer que Eu chamava sua atenção, e que queria ser meu "amigo".Tentei lógico que ele desse uma nova chance, afinal de contas, já não somos mais adolescentes, somos homem e mulher, mas ele estava "enrrolado" e não poderia ser assim, né.

Mas durante esse tempo sem notícias um do outro, é lógico que a paixão acabou-se, né...afinal era apenas paixão.

Esta foi minha paixão platônica "RR", meu querido objeto amado com o qual eu fazia vários planos, que nunca se realizariam, pois eram apenas paixões platônicas.Mas foi bom enquanto durou esta paixãozinha.

Kisses

[K]